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quinta-feira, 29 de agosto de 2013

A Mídia da Morte

Nos últimos dias, notei desde os convencionais jornais e noticiários até cenas de novela que eram exibidas pelos locais em que eu passava, uma nova campanha de incentivo à Cultura da Morte. Cultura da Morte, sim, pois não pode receber denominação diferente a apologia à matança de MILHÕES de inocentes antes mesmo de nascerem, ainda que sob pretexto de defender a vida das mulheres.

Um dos texto que mais chamou atenção, ainda que muito fraco nos argumentos que contém, foi o publicado na página "A vida como ela parece ser" de Yvonne Maggie, mantida pelo G1 (portal de notícias da Globo). O título do mencionado texto chama a atenção: "Descriminalizar o aborto". Falta apenas o ponto de exclamação antecedido pela palavra "agora" escrita em caracteres maiúsculos para dar o verdadeiro tom a este diabólico pedido.

O sangrento texto começa com a descrição de uma cena passada em mais uma das porcarias veiculadas todas as noites pela citada emissora de televisão (as outras emissoras também não escapam), a novela "Amor à vida”:

"Na emergência de um hospital entra uma mulher sangrando muito e é atendida às pressas. Ao perceber que a paciente havia feito um aborto, um dos médicos se recusa a atendê-la. Outra doutora, ao contrário tenta reanimá-la, mas não consegue salvá-la. Ao comunicar a perda da paciente a seu chefe comenta a atitude do colega. Interrogado sobre as razões da recusa, o doutor, islâmico, diz não poder atender uma pessoa que cometera um pecado, uma pecadora, pois sua religião não permite. A médica retruca que depois de vestir o jaleco branco os princípios religiosos devem ficar em segundo plano e deve-se agir segundo a ética médica. O chefe da clínica observa que o aborto ilegal está se tornando um caso de saúde pública."

Bebê cruelmente assassinado. É isso que queremos para
o futuro de nosso País? Milhões de crianças mortas antes
mesmo de nascer?
Pouco à frente, Yvonne diz: "O aborto no Brasil só é permitido em algumas situações previstas em lei: quando há risco de vida para a mãe, quando a gravidez é fruto de estupro ou em caso de fetos anencefálicos. Interromper a gravidez de forma ilegal é uma das causas mais importantes de morte materna no País". Em primeiro lugar, notemos a intencional troca de palavras aqui. "Aborto" por "interromper a gravidez". E segundo, curiosa a unilateralidade de Yvonne. O que mais a preocupa é a suposta morte de mães em decorrência de abortos ilegais. Além destas mortes serem questionáveis, seu número é ínfimo perto das cifras, que já atingem milhões de crianças cruelmente assassinadas antes mesmo de nascerem, e muitas vezes à mando da própria mãe. Uma atrocidade dessas merece amparo da Lei?  Não é dever do Estado zelar pelos mais indefesos?

Bebê com 12 semanas de gestação; Para os Pró-Aborto,
não se trata de um ser humano.
Yvonne continua: "Há uma luta grande para a legalização do aborto até a 12ª semana de gestação, mas tem sido uma luta de poucas vitórias. Infelizmente, ainda não conseguimos vencer as barreiras que impedem a modernização de nosso código penal e as jovens brasileiras, sobretudo as mais pobres, se arriscam em clínicas de péssima qualidade ou tomam remédios perigosos e morrem silenciosamente sem assistência e sem piedade. São vistas e se veem muitas vezes como pecadoras". Frente a isto, pergunto: Uma mãe que chegou a ponto de ASSASSINAR covardemente o próprio filho antes mesmo de nascer, deve ser chamada de "pobre coitada, desamparada e desassistida"? Mais ainda, merece o Nobre e Grandioso título de "Mãe"? Creio que mais caberia a de "Assassina". Não só esta "mãe", mas todos os que direta ou indiretamente contribuíram para a morte da criança.

Maggie continua: "Mas não é assim com todo mundo. Há muitas mulheres que não acreditam em dogmas e muito menos que há vida no embrião que carregam até se formar um feto. Essas pessoas ficam privadas de viver segundo sua consciência porque as leis do País não as protegem e, ao contrário, as constrangem a se comportar segundo crenças alheias ou a praticar um ato sem o amparo das leis." O fato da mulher crer ou não em dogmas não lhe dá o direito de, "segundo sua consciência" matar. Se seguirmos à risca a "lógica" de Yvonne, simplesmente devemos amparar com a Lei todos os coitados dos Assassinos, Ladrões e Estupradores, que roubam, matam e destroem, pois caso contrário ficariam "privados de viver segundo sua consciência porque as leis do País não os protegem, e ao contrário, os constrangem a se comportar segundo crenças alheias ou a praticar um ato sem o amparo das leis". Legalizemos, pois, juntamente com o aborto, todos estes crimes. Que cada um faça o que bem entender contanto apenas que "siga sua consciência".

"O Brasil não descriminalizou o aborto e por isso, as clínicas ilegais continuam agindo sem nenhuma supervisão de médicos ou instruções de como conduzir essa intervenção de forma segura".
Em outras palavras, o Brasil não descriminalizou o aborto e as clínicas ilegais continuam agindo sem supervisão de médicos e instruções de como MATAR  LEGALMENTE.

O texto termina com a citação de dados que não tem qualquer base, e reitera o pedido feito no título do artigo: "descriminalize o aborto". Peçamos à Virgem Santíssima que livre nosso País, outrora merecedor do belíssimo título de "Terra de Santa Cruz", da maldição do Aborto.

Por fim, finalizo o presente artigo com as palavras finais de uma interessante história relacionada ao tema, publicada no Blog Sou conservador sim, e daí?, cujo link disponibilizo abaixo:

A Vida começa no momento da concepção, conforme nos fala claramente o Pacto de San José. Qualquer um que fale diferente disto, é um mentiroso, canalha e que não faz nada além de transmitir a maldita Cultura da Morte. Sejamos nós promotores da Cultura da Vida. Defensores ferrenhos da família e dos valores cristãos. Não tenhamos medo de fazer o que é certo. Sejamos fortes! VIVA CRISTO REI!

http://conservador.blog.br/2013/06/passageiros-de-um-onibus-no-rio-de.html

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Homossexuais no exército. Por que devemos nos opor?


Dias atrás saiu em toda a mídia nacional a notícia de que a Justiça Federal de Pernambuco determinou que o Exército reconheça como dependente o "companheiro" de um sargento que atua no Centro de Telemática, no Recife. A decisão, em segunda instância, contou com a unanimidade da Terceira Turma do Tribunal Regional Federal da 5.ª Região (TRF5) e é considerado o primeiro caso de união homossexual no Exército reconhecido judicialmente. Frente a algo assim, o que pensar? Por que se opor ao ingresso de homossexuais declarados nas Forças Armadas? É para responder estas e outras perguntas, que transcrevo uma matéria veiculada no mensário Catolicismo em Abril de 2010.

Conferência de Ação Política Conservadora


Nos Estados Unidos, milhares de militantes conservadores participam do evento e se opõem à admissão de homossexuais nas Forças Armadas, tema candente também no Brasil.


Francisco José Saidl

Realizou-se entre os dias 18 e 20 de fevereiro, na capital americana, a Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC) — o maior evento conservador nos Estados Unidos, com a participação aproximada de 10 mil intelectuais, políticos, representantes de organizações, estudantes e ativistas. Sua relevância se traduz pela qualidade e número de participantes, pelos discursos, temas e debates, bem como pelos panfletos com tomadas de posição, que na ocasião são veiculados.

Intervindo corajosamente na discussão sobre a aceitação ou não de homossexuais nas Forças Armadas, Ryan Sorba, da Young Americans for Freedom, salientou que o moralmente errado não pode transformar-se em direito civil.

Por sua vez, John Ritchie, diretor da Ação Estudantil da TFP americana, afirmou: “O vício homossexual está fundamentalmente em desacordo com princípios conservadores tradicionais. Ele viola a Lei natural e o senso comum”. Numa clara crítica à participação do GOProud (um movimento pró-homossexual) no CPAC deste ano, Ritchie declarou: “A CPAC afirma ser ‘uma grande tenda’ para o movimento conservador, mas neste ano essa tenda tem uma grande goteira”.

A atuação da TFP americana foi marcante. Nas salas e corredores do Marriott Wardman Park Hotel, onde se realizava a CPAC, voluntários da entidade distribuíram aos participantes quatro mil exemplares do manifesto Para manter limpa nossa honra! Por que devemos nos opor à agenda homossexual para as Forças Armadas. E poucos dias depois, em 23 de fevereiro, publicaria o mesmo manifesto no “Washington Times”, que transcrevemos abaixo.

No stand da TFP americana foi também exposto o livro An American Knight: The Life of Colonel John W. Ripley, de Norman Fulkerson. A obra narra a história de um dos maiores heróis de guerra americanos, famoso por sua atuação durante a Guerra do Vietnã, especialmente pelos riscos que correu para destruir a ponte de Dong Ha, impedindo o avanço de 30 mil soldados e 200 tanques comunistas. A principal razão da divulgação do livro naquele local deveu-se à firme oposição do Coronel Ripley à entrada de homossexuais nas Forças Armadas, sustentada por ele no Congresso americano.

PARA MANTER LIMPA NOSSA HONRA!


Por que devemos nos opor à agenda homossexual para as Forças Armadas

Enquanto os Estados Unidos enfrentam duas guerras e uma fragilidade econômica, outro perigo desponta no horizonte, ameaçando a honra e a integridade da mais importante de nossas instituições: as Forças Armadas.

No seu discurso sobre o Estado da União, de 27 de janeiro de 2010, o presidente Obama prometeu trabalhar com o Congresso e os militares para derrubar a atual lei que exclui os homossexuais das Forças Armadas.(1)

Ex-Presidente da Junta de Chefes de
Estado-Maior General Peter Pace aborda
a platéia durante POW / MIA reconhecimento
nacional no Pentágono.
Foto do DoD por Helene C. Stikkel.
Uma revolução moral

Tal iniciativa não pode ser considerada isoladamente. Para se entender inteiramente seu significado, cumpre vê-la à luz de décadas de um movimento homossexual empenhado em erradicar os próprios fundamentos da nossa moralidade. Assim, o ativista homossexual Paul Varnell, escrevendo no “Chicago Free Press”, afirmou: “O movimento homossexual não é um movimento de direitos civis, mas uma revolução moral com o objetivo de mudar a visão das pessoas sobre o homossexualismo”.(2)

Realmente, os líderes do movimento compreendem perfeitamente o significado de suprimir a proibição militar ao homossexualismo. Assim, Thomas Stoddard, ex-diretor executivo de Lambda Legal, admitiu: “Esta não é uma luta sobre os militares. Esta é uma luta de cada lésbica e homossexual americano por seu lugar na sociedade”.(3) Do mesmo modo, o Human Rights Campaign — o maior grupo nacional pelos direitos dos homossexuais — planeja gastar mais de dois milhões de dólares numa campanha de lobby para influenciar os legisladores, cujos votos serão necessários para derrubar a presente lei.(4)

Esses ativistas compreendem que nosso Exército é um poderoso símbolo na mente dos americanos. William Kristol estava certo quando se referiu a ele como “uma grande instituição americana que mantém a fé dos cidadãos”.(5) Assim, se os homossexuais forem admitidos, tal fato repercutiria em todas as instituições nacionais.

Essa é uma das muitas razões pelas quais cumpre defender o nosso Exército, cuja eficiência e honra seria sacrificada por ideólogos no altar de uma licenciosidade infrene, num momento em que a segurança nacional e global repousa sobre sua bem-sucedida campanha contra o terrorismo.

Exacerbando este perigo, muitos comentaristas obscurecem a questão, papagaiando os sofismas do movimento homossexual. Importa assim examinar de perto alguns dos principais argumentos utilizados para apoiar a anulação do banimento.

Os homossexuais têm o direito de servir?

Um sofisma sustenta que os homossexuais têm o direito de servir nas nossas Forças Armadas. Propugnadores desta idéia rotulam freqüentemente de discriminatória a presente lei, comparando o levantamento de sua proibição com a ordem executiva de 1948 do presidente Truman eliminando a segregação racial nas Forças Armadas da nação. Contudo, tais alegações não têm base. Primeiramente, não há “direito” constitucional para servir nas Forças Armadas, nem poderia haver tal direito. Devido ao seu objetivo de luta, o Exército é uma organização necessariamente discriminatória, que recusa o engajamento com base na idade, altura, enfermidade física, e muitas outras causas. De modo similar, violações da moralidade, como a mentira e o adultério, podem resultar em corte marcial.

Ademais, não há comparação possível entre a eliminação da segregação racial no Exército pelo presidente Truman e o levantamento da proibição de homossexuais nas nossas Forças Armadas. Comportamento homossexual é uma questão moral, não racial. É uma escolha pessoal de estilo de vida. O antigo Chefe do Estado-Maior, general Colin Powell, afirmou-o,(6) dizendo: “Cor da pele é uma característica benigna e neutra do ponto de vista do comportamento. A orientação sexual é talvez a mais profunda das características do comportamento humano. A comparação entre as duas é um argumento cômodo, mas inválido”.(7) Inclusive a presente lei não é baseada no que os homossexuais alegam ser, mas no que eles fazem.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Hospital das Cruzadas com cerca de mil anos é descoberto em Jerusalém


Segundo comunicado da Autoridade de Antiguidades de Israel (AAI), arqueólogos israelenses descobriram uma galeria de arcos e abóbadas , de até 6 metros de altura, que pertencia a um hospital do período das Cruzadas há cerca de mil anos. (1099 d.C até 1291 d.C - chegada dos cruzados às muralhas de Jerusalém).

O edifício, propriedade do Waqf, a autoridade de bens inalienáveis islâmicos, está situada no coração do bairro cristão da cidadela antiga de Jerusalém, em uma área conhecida como "Muristan".

Sua arquitetura é caracterizada por vários pilares e abóbadas de mais de seis metros, o que sugere que foi uma ampla estadia composta por pilares, quartos e pequenas salas. Os coordenadores da escavação, Renee Forestany e Amit Reem, pesquisaram documentos da época para conhecer a história do centro ambulatorial."Aprendemos sobre o hospital por documentos históricos contemporâneos, a maior parte em latim", contam, e explicam que os textos mencionam a existência de um sofisticado hospital construído por uma ordem militar cristã denominada "Ordem de San Juan do Hospital em Jerusalém".


Seus integrantes prometeram cuidar e atender os peregrinos na Terra Santa, e quando fosse necessário somar-se aos combatentes cruzados como unidade de elite. Assim como nos modernos hospitais, o edifício estava dividido em diferentes asas e departamentos segundo a natureza das doenças e condição dos pacientes, e em situações de emergência podia ter capacidade de tratar 2 mil pessoas.

Os integrantes da ordem atendiam homens e mulheres doentes de diferentes religiões e também acolhiam recém-nascidos abandonados pelos pais. Os órfãos eram atendidos com grande dedicação e, quando adultos, passavam a integrar a ordem militar, diz o comunicado.

sábado, 3 de agosto de 2013

Oração, Ação, Penitência

Legionário, 14 de janeiro de 1945
7 Dias em revista
Plinio Corrêa de Oliveira

De todos os meios a nosso alcance, nenhum é tão eficaz quando a oração. Se soubéssemos verdadeiramente rezar, se tivéssemos a confiança e a humildade que tornam grata a Deus a oração do homem, seríamos onipotentes. A oração confiante e perseverante do justo, tudo alcança. E a História da Igreja é sobretudo a narração dos triunfos que ela alcançou pela oração dos fiéis.

Deus nos livre qualquer forma de inércia. Isto não quer dizer que não devemos agir. Pelo contrário, nossa obrigação é de nos esforçarmos como se tudo dependesse só de nós. Mas, mais importante do que isto, é rezarmos e confiarmos sabendo que tudo depende de Deus.

E nem mesmo basta apenas a oração. Precisamos penitência, e a penitência cristã é como um vasto tesouro, para cuja formação todos devem contribuir. Com efeito, Nosso Senhor não quer apenas as penitências valiosíssimas das almas contemplativas e expiatórias, recolhidas ao silêncio e à clausura perpétua das Trapas, dos Carmelos ou das Cartuxas. Nosso Senhor nem sequer Se contentou com os méritos infinitamente preciosos de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele quis que contribuíssemos com nossas expiações pessoais, com nossas penitências individuais, sofridas em união com Cristo, para enriquecer o tesouro da Santa Igreja. Não nos basta agir e rezar. Precisamos sofrer. Sofrer de bom grado as provações que Nosso Senhor manda ou permite. E procurar generosa e voluntariamente outros sofrimentos, para os oferecer a Deus.

O mistério dessa expiação é magnífico e insondável. O escárnio que o Congregado Mariano afronta varonilmente para afirmar a castidade de sua vida, pode ser utilizado por Nosso Senhor para a salvação de inúmeras almas na China ou no Luxemburgo. O sacrifício que a Jocista, a lecista, a Filha de Maria faz, vestindo-se com recato cristão quando suas amigas ou companheiras de trabalho só reconhecem como elegante a jovem que use trajes pagãos, pode fazer recuar em Budapeste os exércitos russos, ou salvar em plena Berlim algumas almas que periclitam à vista da propaganda neo-pagã. Uma dama de caridade, um vicentino, abandona um instante de lazer para levar a um pobre da Barra Funda ou do Belenzinho um remédio: seu sacrifício está sendo utilizado por Nosso Senhor para poupar a alguma esposa extremosa a perda de seu marido, ou para suavizar com mais abundante consolação a dor de algum coração materno golpeado pelo luto. O bem que fazemos e vemos é grande, graças a Deus. Maior, porém, e mais meritório, é o bem que fazemos e não vemos.

É preciso que tudo isto se lembre e se afirme;

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

A graça na vida espiritual

“O Legionário”, N.º 123, 2 de julho de 1933
Plinio Corrêa de Oliveira

Em meu último artigo, criticava o erro de certos católicos que vêem na vida piedosa uma série de atos de cortesia praticados em honra de um Deus indiferente ou distante, ou uma mera expansão sentimental de temperamentos exaltados.

Este erro funestíssimo provém, em parte, da ignorância que se nota sobre o papel da graça na vida espiritual.

É ensinamento católico, do qual não podemos dissentir, que, sem o auxílio da graça, o homem não pode perseverar por muito tempo no cumprimento integral dos Mandamentos, e que, sem ele, é-lhe impossível pronunciar sequer, devotamente, o Santíssimo Nome de Jesus.

O homem toma todas as suas deliberações e forma todos os seus propósitos, servindo-se exclusivamente de suas faculdades intelectuais e volitivas. Assim, por exemplo, fazer uma viagem, resolver um negócio, comprar um livro, etc., são atos que dependem somente da vontade e da inteligência do homem. A esta regra, porém, não obedece a vida espiritual, em que intervém um novo fator, que é a graça.

A graça sobrenatural é um auxílio que Deus dá gratuitamente à alma, para a sua salvação. A graça pode ser, pois, uma luz especial concedida por Deus à inteligência, que lhe faculta a penetração clara das verdades necessárias para a salvação, ou um auxílio dado à vontade, para que vença os obstáculos que a distanciam do bem percebido pela inteligência.

Sem esta iluminação, pois, ou este auxílio, é impossível a prática completa e prolongada da virtude.

Este auxílio, Deus no-lo dá de forma tal que possamos aceitá-lo ou rejeitá-lo livremente; a graça não destrói, portanto, o livre arbítrio. Mas ela constitui um dom absolutamente gratuito de Deus, que a alma recebe sem que nada tenha feito para o merecer. Daí decorre a necessidade absoluta da prece humilde e confiante, em que o homem pede as graças necessárias para seu aperfeiçoamento espiritual.

A oração nos aparece, pois, ao cabo destas considerações, como elemento indispensável para o aperfeiçoamento moral do indivíduo.

A graça não tem, no entanto, como único veículo a oração particular. A Igreja também canaliza para seus filhos as graças sobrenaturais de que necessitam, através dos seus Sacramentos e do valiosíssimo recurso de sua oração oficial e do Santo Sacrifício da Missa, cujo valor exporemos em outro artigo.

Temos, pois, demonstrado que o progresso espiritual exige a oração. Por sua vez, demonstraremos agora que [a piedade] constitui uma aberração monstruosa, e quase sacrílega, quando desacompanhada do desejo sincero de um grande aperfeiçoamento espiritual.

Os favores se medem pelos benefícios que nos trazem. Os dons de Deus que nos auxiliam a conquistar uma felicidade precária neste mundo são, pois, imensamente menores do que os que Ele nos dá para conquistarmos a felicidade eterna. A desproporção entre os dons perecíveis e os imperecíveis é a que existe entre as almas, criadas para a eternidade, e os objetos materiais que o tempo destruirá.

Nestas condições, o católico é devedor de graças inapreciáveis, cuja rejeição constitui a alma ré de um delito que a torna abominável aos olhos da Justiça Divina.

A alma pecadora, que rejeita a graça, não está, pois, em estado de apresentar ao Criador atos de adoração, reparação, ação de graças ou louvor que lhe sejam agradáveis. Enquanto do altar em que se queimava o sacrifício de Abel subia um fumo que se elevava ao Trono de Deus, o fumo do sacrifício de Caim não se elevava no ar. A única oração feita pelo pecador, e que seja realmente agradável aos olhos de Deus, é o pedido sincero de que lhe dê forças para empreender seriamente a reforma de sua vida.

Um dilema, portanto, se nos impõe: ou a alma se serve da piedade como meio de aperfeiçoamento espiritual, e nesse caso o progresso espiritual deverá ser tão real quanto for intensa e séria a piedade, ou esta será apenas uma pieguice sentimental, detestável aos olhos de Deus e dos homens, ridícula aos olhos destes e quase sacrílega aos olhos daquele. Outro dilema também se impõe: ou a alma pede as graças necessárias para seu aperfeiçoamento espiritual, ou ela se verá reduzida às suas próprias forças, e portanto derrotada pela primeira tentação que a assaltar.

Sem progresso espiritual, não há verdadeira piedade. Sem piedade, não há verdadeiro progresso espiritual.
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