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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

3 de janeiro de 1992 - Discurso diante o Caetano de Campos (São Paulo), ao término do "Desfile da fidelidade"

(Texto integral)

Altezas, Reverendíssimos senhores sacerdotes, minhas senhoras, senhores, é com a maior satisfação que a Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade em sua cidade sede, que é a cidade de São Paulo, acolhe não só os participantes provenientes das várias partes do Brasil, como dos vários países do Exterior, aqui afluídos para tomar parte nesta manifestação que tem um sentido histórico e atual profundo.

Esse sentido vós bem o conheceis, vós o aclamaste há pouco em eloqüentes palavras de entusiasmo. Esse sentido é bem exatamente o sentido da fidelidade à Tradição.

No momento em que a América, as três Américas comemoram o seu descobrimento e em que uma primeira Missa realizada no solo americano marca também que o descobrimento não se fez apenas segundo um sentido de vantagem material, mas segundo um profundo sentido espiritual de adesão à única Fé verdadeira, a Fé ensinada pela Santa Igreja Católica, Apostólica Romana;

Nesse momento em que, com a implantação da Santa Cruz no território americano e com a celebração da primeira missa, se inicia a epopéia missionária que haveria dar esse imenso continente – segundo os planos da Providência – havia de dá-lo à Igreja e a Nosso Senhor Jesus Cristo;

Nesse momento em que se comemora o fato de que a arrancada civilizadora marca os seus primeiros passos no território americano, chegando à situação de apogeu em que se encontra atualmente;

Neste momento, vozes estranhas se levantam para dizer mau em nome de um passado mais remoto ainda do que o passado desses quinhentos anos atrás, em nome de um passado de paganismo, em nome de um passado de atraso selvagem – para não dizer atraso silvícola – dando uma arrancada no rumo da civilização;
Nesse momento, vozes se levantam para afirmar que o descobrimento foi um desastre para as populações nativas da América, que ele foi um desastre para a história do mundo e mal dizer dos reis católicos, dos monarcas, dos Papas, dos bispos, dos homens que geriram a res civil durante esses quinhentos anos, no sentido de integrar o continente americano na civilização ocidental nascida na Europa.

Não podia deixar de ser que a Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade levantasse um protesto contra essa tendência que vai ao arrepio de todo o curso da História e que afirmasse num ato solene em que estão presentes representantes dos mais variados países da América e de diversos países da Europa, afirmasse a sua solidariedade e sua solidariedade entusiasmada e convicta à obra missionária realizada pela Igreja Católica no Brasil, como em todo território das Américas, ao longo desse tempo. E ao mesmo tempo proclamasse a segurança de que o futuro da América só tem um sentido: é o futuro da Civilização Cristã. [palmas]

Nosso Senhor Jesus Cristo disse dos sacerdotes que eles eram "o sal da terra e a luz do mundo". Se eles são - e o são - "o sal da terra e a luz do mundo", por excelência, o é Aquele que é o Sacerdote por excelência, que é Ele, Jesus Cristo. E tudo aquilo que se afaste dEle caminha para uma terra sem luz e sem sal, caminha por um caminho que é o descaminho. E o mundo bem teve a ocasião de o ver, quando há algum tempo atrás ruiu a cortina de ferro e os olhos estarrecidos da humanidade puderam contemplar o estado de miséria, de miséria física e de miséria intelectual, de compressão da personalidade humana, de abatimento da dignidade humana, realizado em 70 anos de dominação atéia sobre um dos mais extensos países do mundo.

Aí, se compreendeu bem, quanta verdade tinha Nosso Senhor de dizer, que Ele é o caminho, Ele é a Verdade e Ele é a Vida. E que aquilo que se afasta dEle é descaminho, é erro e é morte. [palmas]
Esse descaminho, este erro e esta morte, não só nós não o desejamos para o Brasil – parte considerável da América – para nenhuma parcela do território americano, mas todos nós que aqui estamos, nos opomos a que isso se realize. E pelo empenho de nossas orações mas também de nossos esforços, de nossa ação pacífica mas persuasiva, de nosso ação indefectível, de nossa ação contínua, havemos de trabalhar e havemos de lutar para que realmente a América em geral e o Brasil em particular sejam Terra de Cristo e Terra de Maria. [palmas]

Já o itinerário que vós seguistes, do Pátio do Colégio até esta praça, é muito significativo e simbólico do nobre propósito que vos move. Com efeito, vossa caminhada pode chamar-se a "Caminhada da Fidelidade".

A caminhada de uma fidelidade que teve início no Pátio do Colégio, naquela primeira célula-mater de São Paulo, quando [São Paulo] era apenas uma aldeola, habitada por portugueses e por índios que os missionários acabavam de introduzir para luz do Evangelho. Quando São Paulo era tão pequena que ela cabia em torno dos limites do atual Pátio do Colégio e toda a sua população cabia na pequena igreja que vós ali vistes, perto da qual recebestes a bênção sacerdotal.

Naquela pequena igreja que a laicidade republicana de 1889, impiamente destruiu, mas que por desígnio de governos posteriores, e pela colaboração da Construtora Adolpho Lindenberg, que talentosamente soube reconstituir a linha e a fisionomia da primeira igreja de São Paulo, se encontra ali o marco da vida religiosa e da vida civil de São Paulo. Daquela pequena São Paulo que haveria de dar nesta cidade que é hoje uma das maiores do mundo, daquela pequena cidade até hoje, o roteiro enorme se realizou. E esse roteiro, vós simbolicamente o percorreste. Porque vós deixastes o Pátio do Colégio e seguistes através de várias vias do Centro antigo de São Paulo, onde se encontram prédios construídos em várias épocas da história paulista. E bem simbólicos de todos esses séculos que São Paulo tem vivido de lá até aqui, vós percorrestes esse caminho portanto, que é o caminho da fidelidade à tradição, até esse lugar aqui onde vós vos reunís para aclamar o vosso propósito de fidelidade à luta pela Civilização Cristã em terras brasileiras e no continente americano bradando: Pelo Brasil! Tradição, Família e Propriedade! [Brado]

Eu estou bem certo, senhoras e senhores, que os passos dos homens na terra repercutem no Céu. E que desde os primeiros momentos em que passos cristãos começaram a pisar este solo e em que a vida sobrenatural começou a se difundir aqui, até esse momento e até os séculos cheios de incógnitas, mas também de promessas como também de riscos que se desdobram diante de nós, tudo quanto aqui se fizer repercutirá no Céu e ficará inscrito no Livro da Vida.

No Livro da Vida ficará inscrito no Céu que no ano de 1992, na aurora desse ano, em que certo falso progressismo se promete a si próprio tantas realizações no seu programa de renovações, que são no fundo deteriorações, houve também passos que repercutiram firme na terra dizendo: "Nós também avançaremos! Nós também caminharemos!" [palmas]

Com os vossos passos, repercutiram no Céu os pulsares de vosso corações: "É a Cristo que queremos! É a Maria que queremos! E só o que for conforme a Cristo e Maria é aquilo que nós verdadeiramente desejamos!" [palmas]

A tradição que vós representais não é algo de fixo, de estagnado, que não se desenvolve, que não tem o futuro diante de si. Não são as figuras de cera de um museu Grévin ou de um museu Tussaud, respectivamente, em Paris ou em Londres. São uma coisa muito diversa. A Tradição que nós representamos é a tradição católica, é a tradição cristã, é uma tradição cheia de vida. Uma vida natural e sobrenatural ardente. E essa vida quer abrir caminho para si na História e está abrindo inclusive nessa passeata do dia de hoje. [palmas]

É uma tradição viva, que clama, que conclama, que aclama, que reclama, que proclama, que não fica quieta e que não pára. Ela clama a sua resolução de continuar viva defendendo o seu espaço na terra. E afirmando o seu progresso, os seus direitos contra quem pretendesse intimidá-la em nome das pseudo-maravilhas de um pseudo-progresso.

É uma tradição que conclama aqueles que pensam como ela, a que se juntem a ela e que venha lutar com ela, a favor das verdadeiras tradições.

É uma tradição que reclama contra tudo aquilo que se faça em atentado contra ela.
É uma tradição que aclama não só tudo quanto no passado e no presente se faz de bom, mas também desde já e antecipadamente, aclama aquilo que a nossa Fé inspirará aos nossos vindouros até o dia do Juízo Final. [palmas]

É nesta certeza que se abre assim, o VIII Encontro de Correspondentes da TFP, com elementos vindos dos mais variados pontos deste continente, do continente europeu.

Eu vejo aqui com simpatia e com afeto, e saúdo com o melhor de minha solicitude, eu saúdo pessoas vindas do Norte desse continente, das margens do rio Hudson, que banha Nova York. Pessoas vindas das margens desse Amazonas, tão nosso, tão caracteristicamente brasileiro, tão distante pela geografia, mas tão próximo pelo afeto.

Eu saúdo os que vieram de junto do rio Manzanares, que banha a histórica e legendária Madrid e que aqui vieram para participar de nosso entusiasmo e de nossa dedicação...

(Uma senhora espanhola brada: Viva Dr. Plinio!!! Viva la TFP!!!)

E que com uma vivacidade caracteristicamente castelhana, indicativa do desejo de participar de todas as proezas e de todos os heroísmos, acaba de me cortar amavelmente a palavra neste instante. E eu saúdo com afeto também, aqueles que vieram das margens do Rio da Prata, já no outro extremo do continente, irmãos diletos, de amigos descendentes dessa Espanha heróica, que eu acabo de saudar e que estão unidos ao Brasil, não só pela continuidade geográfica mas por tantos outros laços entre os quais a ligação tão afetuosa, que faz de todas as TFPs pelo mundo inteiro uma grande entidade, vinculada pelos mesmos ideais, marcada pela mesma missão, ao serviço do mesmo Deus e da mesma Igreja, e da mesma civilização.


A todos vós, muito cordialmente eu saúdo.

Dia de Todos os Santos e Finados — oposição ao Halloween


No primeiro dia de novembro comemoram-se Todos os Santos — todos homens e mulheres que morreram, se salvaram e cujas almas estão no Céu na felicidade eterna. Conforme o Apóstolo São Paulo: “Se morremos com Cristo, temos fé de que também viveremos com Ele” (Rom. 6,8).

O segundo dia deste mês é dedicado aos fiéis defuntos, ou Dia de Finados. Com o desvelo de Mãe, a Igreja, depois de festejar a glória de todos que se encontram no Céu, volta seu olhar misericordioso para as almas que estão sofrendo no Purgatório (lugar de purificação).

Como filhos de Deus, devemos procurar aliviar as penas, e mesmo obter de nosso Divino Redentor o livramento das almas que padecem no Purgatório, especialmente as de nossos mais próximos, parentes, amigos. Como aliviar seus padecimentos? — Rezando e sofrendo por elas, pedindo a intercessão de Maria Santíssima para que leve as almas dos fiéis defuntos o quanto antes para a glória da bem-aventurança eterna.

Nessa intenção, devemos rezar todos os dias do ano, mas de modo particular no Dia de Finados. Daí o costume de em 2 de novembro visitar os cemitérios e rezar junto à sepultura de nossos entes queridos. Os que o fizerem de 1º a 8 de novembro podem ganhar uma indulgência plenária, nas condições estabelecidas pela Santa Igreja.

Infelizmente, em nossos tempos, procura-se desviar a atenção de assuntos relacionados com a morte. Entretanto, quem de nós sabe se viverá até amanhã? A cada passo a morte roça em nós — é um parente, um amigo, um vizinho que se vai —, mas procuramos não pensar nesse tema tão sério, como se não nos dissesse respeito. Essa não é uma atitude cristã.

Também se procura cada vez mais esquecer esta lembrança de Finados, substituindo-a pelo Halloween (dia das bruxas), festividade que lembra cultos do antigo paganismo, trazendo à tona recordações hediondas e sinistras — sobretudo quando associam o Halloween com as Marchas dos Zumbis (ou dos mortos vivos, como na foto ao lado), que desfilam pelas cidades seus horrores asquerosos, macabros e infernais.

Enquanto o Halloween e a Marcha dos Zumbis nos impelem para as coisas cadavéricas, para o horrendo próprio ao Inferno e seus demônios, as celebrações nos dias de Todos os Santos e de Finados elevam nossos olhos para o Céu, seus Anjos e seus Santos.


“Pedro está aqui” A emocionante descoberta dos ossos de São Pedro no Vaticano – II

Continuação do post anterior

"Muro dos grafitti"

Mas as surpresas apenas começavam: o exame da parede azul revelou que ela estava coberta de inscrições cristãs de tipo grafite, feitas com estiletes, na maior desordem.

Concluiu-se que eram pedidos de orações dos primeiros cristãos, que punham seus nomes – Ursianus, Bonifatius, Paulina etc. O símbolo codificado de Cristo (as letras gregas chi-rho superpostas, como se vê no desenho ao lado) aparecia várias vezes.

Mas o nome que se procurava não foi encontrado: Petrus. Nenhuma invocação a ele naquela floresta de nomes. Permanecia o indecifrável silêncio sobre São Pedro.

Num ponto dessa parede foi encontrado um pequeno buraco, formado pela queda da argamassa. Inserindo luz pelo buraco, verificou-se que a parte de baixo da parede azul era oca e revestida internamente de excelentes mármores.

No chão dessa cavidade havia muito pó. Parecia ter sido algum túmulo engenhosamente escondido ali. Seria impossível investigar melhor aquilo sem abrir mais o pequeno buraco, o que destruiria as inscrições.


Corte esquemático permite ver o posicionamento 
dos túmulos. No nº1 São Pedro
Com isso, as atenções se voltaram para o túmulo de São Pedro propriamente dito. Decidiu-se escavar mais, bem junto à parede vermelha, para se chegar à câmara mortuária.

Logo foram encontradas algumas sepulturas cristãs simples, quase amontoadas junto à parede. Eram dos primeiros séculos. Tratava-se de um tocante indício: todos os corpos estavam voltados para a parede. Eram cristãos enterrados bem junto a São Pedro.

Ao retirar uma pedra, depararam com uma cavidade vazia: afinal, o túmulo! Emocionados, os arqueólogos avisaram [o Venerável] Pio XII, que em dez minutos chegou.

Era uma câmara pequena, mas alta, simples, com paredes de tijolos nus e piso de terra. E estava vazia! Havia sinais evidentes de violência: um nicho e uma trave golpeados violentamente, uma coluneta partida.

Conjunto dos ossos de São Pedro
 achados no túmulo
No chão encontraram-se muitas moedas romanas e medievais, confirmando uma crônica que se refere a uma pequena abertura no túmulo, onde se podia introduzir a mão. As moedas provinham de todo o Império, atestando a devoção generalizada ao Apóstolo.

O exame minucioso do local revelou na base do nicho uma pequena abertura em forma de Λ, entupida de terra.

Revolvendo o interior dessa abertura, encontrou-se enorme quantidade de fragmentos de ossos antiquíssimos. Eram mais de 250. Seriam os do Apóstolo?

Em caso afirmativo, por que estavam eles em posição tão secundária e escondidos?

O médico de Pio XII, dr. Galeazi-Lizi, examinou-os superficialmente e concluiu que eram de um homem idoso e de físico robusto, o que correspondia à descrição de São Pedro. Daí ter-se propagado, na ocasião, a versão de que os ossos eram dele.

Mas essa localização estranha exigia maiores pesquisas. As escavações continuaram, revelando que a parede vermelha era a peça chave de um complexo de construções.

Tratava-se de uma edícula comemorativa, no centro da qual havia duas colunetas sustentando uma laje de travertino, parecendo um altar. Em frente situava-se um pátio fechado por altos muros.

Restos do primeiro túmulo construído 
para São Pedro
Era obviamente uma construção ideal para celebrações clandestinas dos primeiros cristãos.

Como o cemitério era pagão e aberto, ao contrário das catacumbas, as precauções tinham que ser maiores.

Daí a ausência do nome de Pedro e de símbolos cristãos nessa área (é aí que está a parede azul com os grafitos). É esta também a razão do silêncio sobre a localização do túmulo, na literatura cristã da época.

Πέτροσ ένι


Após o término das escavações, em 1950, o arqueólogo Ferrua examinava o interior da parte oca da parede azul, e notou no chão, perto da junção desta com a parede vermelha, um pequeno pedaço de argamassa que havia caído.

Conseguiu pegá-lo dentro do buraco, e viu que havia algo gravado ali à estilete. Levado a especialistas, descobriu-se uma inscrição em grego que dizia: “Πέτρ... ἔνι”.

Faltavam letras no primeiro nome, obviamente Πέτροσ (“Pedro”). Ἕνι é a contração do verbo grego antigo ἔνεοτι, que significa “estar dentro”. A inscrição significava “Pedro está aqui”.

A essa altura, um dos maiores especialistas em inscrições antigas, a dra. Margherita Guarducci, passou a estudar os grafitos da parede azul.

Como se sabe, os cristãos tinham toda uma linguagem codificada de símbolos e letras – o peixe, as letras
gregas chi-rho (ΧΡ), o Μ para Maria, o Ν para vitória etc.

Após algum estudo, a dra. Guarducci descobriu o código usado para São Pedro: um “Ρ” com um discreto “Ε” em sua perna, ou o mesmo símbolo inserido no chi-rho de Jesus, tocante símbolo para o Vigário de Cristo (cfr. desenho ao lado).

Além disso, a descoberta provava contra os anticatólicos que a doutrina do papado já era clara naqueles primórdios da Igreja.

Muitas inscrições com esse símbolo podiam ser observadas na parede dos grafites. Estudos posteriores revelaram que São Pedro era invocado com grande frequência, mediante tal símbolo, pelos primeiros cristãos, pois ele era muito usado nas catacumbas em cartas, em mosaicos, em pinturas etc. Estava explicado o “silêncio” sobre São Pedro.

Grafitti com o chi-rho (ou XP), símbolo de Cristo
Essa descoberta fez com que a dra. Guarducci ficasse intrigada com a inexplicável parede oca com os grafites e o “Πέτροσ ἔνι”.

Chamou sua atenção um fato que passou despercebido aos demais arqueólogos. Mons. Kaas, administrador da Basílica, costumava ir à noite verificar os andamentos dos trabalhos. Acompanhava-o G. Segoni, o chefe dos “sampietrini” (operários do Vaticano, cujos ofícios passam de pai para filho).

Mons. Kaas, nessas inspeções, preocupava-se em guardar de modo digno as numerosas ossadas que iam sendo encontradas. Colocava-as numa caixa ajudado por Segoni, identificando com uma etiqueta o local de onde foram tiradas.

Uma noite, pouco depois de descoberta a parede oca dos grafitos, Mons. Kaas pediu que Segoni verificasse bem se não se encontrariam ossos dentro da cavidade.

Por baixo da poeira, Segoni encontrou numerosos ossos, restos de tecido e uns fios metálicos.Tudo foi guardado numa urna e identificado. Outro “sampietrini presenciou a remoção, mas os demais arqueólogos nem souberam disso na época.

continua no próximo post
(Autor: Juan Miguel Montes, “Catolicismo”)

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Invasões de imóveis, aumento do IPTU e a comunistização de São Paulo


“Pá de cal na Reforma Agrária” é o objetivo título que Zander Navarro deu ao seu artigo publicado no jornal O Estado de São Paulo, em 21 deste mês. Meus cumprimentos por ter a coragem de reconhecer esta verdade tão rombuda, ao mesmo tempo tão escamoteada pela mídia esquerdista.

São palavras suas: “Por tudo isso, a reforma agrária brasileira concluiu o seu ciclo de vida. Do ponto de vista econômico e produtivo, seu fracasso é assombroso, pois a área total dos assentamentos é maior do que a área plantada de todos os cultivos nos demais estabelecimentos rurais. Mas, com surpresa, nada sabemos especificamente sobre a produção dos assentamentos, enquanto a agricultura brasileira se tornou uma das mais eficientes do mundo. É um confronto estatístico que desmoraliza qualquer defesa de tal política. Persistir em sua continuidade, portanto, beira a completa insanidade.”(os destaques são meus).

Faltou lembrar que o incansável combatente dessa funesta política agro reformista foi Plinio Corrêa de Oliveira, denunciando, esclarecendo e prevendo o fracasso que adviria pelo seu caráter comunista, igualitário, contrário ao direito de propriedade e à livre iniciativa. O best seller de sua autoria, “Reforma Agrária Questão de Consciência”, conjuntamente com dois bispos fiéis à autêntica Doutrina Social da Igreja (naquele tempo ainda os havia em número expressivo) e um economista sensato, foi o primeiro “petardo” contra essa política insana. Como Dr. Plinio acertou…

Afirmo que o único fruto real da RA, que está na profunda intenção do petismo mais do que o êxito produtivista dos assentados, foi atingido. Uma imensidão de terras passou da propriedade de particulares para a propriedade da União. Isso é certo.

Agora chegou a vez do PT tocar a Reforma Urbana, irmã da RA, nascida dos mesmos pais desta.

Quem anda por São Paulo constata que está montado um cenário teatral que é um “prato cheio” para a Reforma Urbana. A comédia petista se repete, segundo os mesmos princípios da RA. Primeiramente gente de nível bem acima de mendigos se tornam “moradores de rua”. Vindos dos mais diferentes lugares, se espalham em barracas de camping (nova moda), sob viadutos e marquises, engordam a sensação de miséria e desigualdade. Logo se articulam e pesquisam que prédios vazios invadir. Feita a invasão de um prédio vazio (este equivale à propriedade improdutiva no caso da RA), nasce o caso judicial, policial etc.

Simplificando: conversa vai, conversa vem, notícias na mídia – normalmente contra os proprietários -, o mais provável é que os invasores acabem ganhando a causa e fiquem usando o imóvel. Como na RA, esperam o título de propriedade que nunca virá. O cerco aos proprietários se fecha ainda mais com o aumento do IPTU.

A coisa se arrasta, o local vira um cortiço, a briga jurídica se eterniza. Simplificando, o invasor não terá uma moradia digna, o proprietário perderá sua propriedade e, o mais certo de tudo, o poder público será o real dono do imóvel.

Tão artificial é a Reforma Urbana, que, como a Reforma Agrária, semeará favelas, multiplicará a pobreza. A obstinação petista fará de tudo para transformar São Paulo numa miríade de “assentamentos urbanos”, senão numa Havana; plano que, cedo ou tarde, em razão dos “princípios mortais” do comunopetismo, receberá ele também, espero que em dia não tão distante, a sua pá de cal.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

“Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja” A emocionante descoberta dos ossos de São Pedro no Vaticano – I

“Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja” (Mt XVI,18). 

Cristo entrega as chaves a São Pedro
e o institui fundamento único da Igreja

As divinas palavras de Jesus concedendo o primado a São Pedro convidam os católicos de todos os tempos a se interessar, cheios de veneração, por tudo o que se refira ao primeiro Papa.

E, pelo contrário, os anticatólicos tendem a atacar o quanto podem o primado do Príncipe dos Apóstolos.
Os protestantes chegaram a impugnar gratuitamente até a autenticidade daquelas palavras de Nosso Senhor a São Pedro. Negaram mesmo, junto com racionalistas e comunistas, que ele tenha estado em Roma e, portanto, que tenha exercido lá o papado.

Mas através dos séculos foram surgindo documentos provenientes dos mais diversos pontos da cristandade primitiva, confirmando a tradição católica. As provas foram tão acachapantes, que os anticatólicos praticamente ficaram reduzidos ao silêncio quanto a esses pontos.

Um dos principais historiadores protestantes, A. Harvach, reconheceu que já não merece o nome de historiador quem puser em dúvida que São Pedro tenha exercido seu ministério em Roma.
Persistia, porém, entre muitos historiadores uma questão: O túmulo do Vigário de Cristo realmente está sob o magnífico altar-mor da Basílica de São Pedro? Sobre este assunto há um silêncio quase total nos documentos dos primeiros séculos da História da Igreja.

A tradição católica é bem precisa: São Pedro, já idoso, foi crucificado de cabeça para baixo na colina Vaticana, no ano de 68 (segundo alguns, 64), após ter exercido o papado em Roma por 25 anos.Seu corpo foi sepultado perto do local do martírio, num cemitério pagão existente na colina Vaticana, em frente ao circo de Nero. A tradição aponta ainda o lugar exato da sepultura – a chamada “confissão de São Pedro” –, veneradíssimo desde tempos imemoriais. Tendo em vista a antiguidade e a universalidade dessa tradição, a Igreja a aceitou.

Imagem de bronze de São Pedro, 
paramentada no dia de sua festa.
No fundo: altar com relíquias do 
trono do Príncipe dos Apóstolos
Nos 250 anos que vão desde a morte de São Pedro até a liberdade da Igreja concedida por Constantino mediante o Edito de Milão (ano 313), apenas dois documentos referem-se ao túmulo do Apóstolo. Um diz que o Papa Santo Anacleto ergueu no local um monumento fúnebre, aproximadamente vinte anos após a morte do Chefe da Igreja. Outro, mais seguro, é uma carta do sacerdote Gaius de Roma, no ano 200, afirmando que no local havia um τρόπαιον – monumento fúnebre (a palavra portuguesa “troféu” não corresponde exatamente ao sentido da palavra grega τρόπαιον).

Assim que foi concedida liberdade aos cristãos, multidões de fiéis começaram a afluir de todas as partes para venerar as relíquias do Príncipe dos Apóstolos.

Por volta do ano 330, o Imperador Constantino e o Papa São Silvestre ergueram naquele local magnífica e enorme Basílica. O próprio Imperador trabalhou na obra, carregando doze cestos de terra em homenagem aos Apóstolos. O local era sumamente inconveniente para a construção, pois o subsolo era mole e cheio de água, e o terreno em declive necessitava aterros colossais.

Além disso, pelas leis romanas, o cemitério era inviolável, não se podendo retirar os ossos de nenhuma sepultura. Somente a persuasão de estar o lugar ligado a um ponto fixo intransferível – o túmulo de São Pedro, que devia tornar-se o centro da grande Basílica – pôde ter levado Constantino a enfrentar tantas dificuldades técnicas, jurídicas e psicológicas que se opunham à construção em local tão impróprio.

Mais tarde, na Renascença, a atual e ainda maior Basílica de São Pedro foi construída no mesmo sítio, mas sem interferência nas construções anteriores, erguendo-se num plano mais elevado.

                   Ossos de São Pedro numa urna 
no Altar da Confissão no Vaticano
Assim, sobre o túmulo primitivo ergueram-se as construções constantinianas, e acima delas as da Renascença. Em diversas épocas houve reformas em torno do túmulo, mas – fato notável – não consta que ele tenha sido aberto em 1600 anos de história.

Um interessante livro, The Bones of St. Peter (“Os ossos de São Pedro”), de John E. Walsh (Doubleday, N.Y., 1982) narra, pela primeira vez, as pesquisas científicas realizadas no túmulo nos últimos anos. Os dados que se seguem foram extraídos dessa obra.

As escavações


Em 1939 foi decidido rebaixar o subsolo dos corredores em torno do túmulo, para aumentar o pé direito deles. Aí está sepultada a maioria dos Papas. Uma equipe de competentes arqueólogos orientava os trabalhos. Entre eles estava o prof. Enrico Josi, considerado o maior especialista em antiguidades cristãs. Dirigia a equipe o administrador da Basílica de São Pedro, Mons. L. Kaas. O [Venerável] Papa Pio XII não os autorizou a tocar nas construções do túmulo petrino.

Logo no início dos trabalhos, foram encontrados vários mausoléus adjacentes. Alguns estão entre os melhores exemplares já descobertos do período áureo romano. Um ponto da tradição foi portanto confirmado: o cemitério pagão, no qual São Pedro fora sepultado. Numa lápide veio outra confirmação: uma inscrição referia que ao lado estava o circo de Nero.Verificou-se que o cemitério era anterior à morte de São Pedro. Mas os ricos mausoléus eram pouco posteriores a ela. Tudo havia sido soterrado intacto pelos operários constantinianos, para não violar os túmulos.

Com todos esses indícios favoráveis, Pio XII autorizou então que se abrisse o túmulo e se fizesse um estudo completo de tudo.Decidiu-se tentar penetrar pela parede de uma pequena capela do século XVI que está embaixo do altar-mor atual. Foi desmontado cuidadosamente um afamado mosaico que há nessa parede, e descobriu-se que ela era da época de São Gregório Magno (590-604).
Urna com os ossos de São Pedro 
no Altar da Confissão no Vaticano
Nela abriu-se um buraco, tirando tijolo por tijolo. Havia atrás uma grossa placa de magnífico mármore decorado com um precioso pórfiro escuro. Alargando o buraco, verificou-se que era um altar montado pelo Papa Calixto, no século XII. Retiradas algumas peças de mármore, chegou-se à outra parede, certamente da Basílica de Constantino, do ano 330. Atrás havia ainda outra parede bem mais antiga, grossa, de tijolos e pintada de vermelho vivo. Seria parte do túmulo original?

Para não danificá-la, decidiram tentar em outro local bem mais à direita. Após passar pelas mesmas paredes, chegaram a outro altar precioso – este havia sido o altar-mor erigido por São Gregório Magno na Basílica velha de São Pedro, no século VI.

A parede vermelha, nessa local, estava recoberta de excelentes mármores, sinal de importância. Tentou-se, então, do lado oposto. Mas ao invés de chegar à parede vermelha, encontraram uma azul. E tiveram a surpresa de verificar que era uma grossa parede de pequena extensão, colada à vermelha, em ângulo reto com ela. Ambas são da época romana, mas a vermelha, mais antiga, era maior e descia fundo.

Atrás dela depararam com paredes mais recentes. Assim, era evidente que o túmulo estava bem mais fundo, e que acima do solo da época romana só havia essa grande parede, ornada de nichos em estilo clássico, sem nenhuma decoração cristã.

Estava confirmado o τρόπαιον referido por Gaius, no ano 200. As duras perseguições religiosas durante o Império certamente forçaram esse disfarce e a ausência de símbolos cristãos.

continua no próximo post
(Autor: Juan Miguel Montes, “Catolicismo”)

terça-feira, 1 de outubro de 2013

'A corte é a lepra do papado', afirma Francisco I

O que esperar do Sumo Pontífice? Grifos e negritos meus.

GENEBRA - No dia em que o papa Francisco dá início à maior reforma do Vaticano em décadas, o pontífice deixa claro seu ataque contra o Vaticano e sua corte e, uma vez mais, dá sinais concretos de que quer uma Igreja aberta. A entrevista foi concedida ao fundador ateu do jornal de inclinação de esquerda La Repubblica, Eugenio Scalfari.

Ao falar sobre o narcisismo, o papa foi contundente. "Não gosto da palavra narcisismo", disse. "Indica um amor fora de lugar por si mesmo. O verdadeiro problema é que os mais afetados por isso, que na realidade é uma espécie de desordem mental, são pessoas que têm muito poder", atacou. "Muitas vezes os chefes são narcisistas", insistiu.

Ao tentar vincular a Igreja à questão do poder, o repórter é interrompido. "Sabe o que eu penso disso? Os chefes da Igreja foram com frequencia narcisistas, adulados por seus cortesãos. A corte é a lepra do papado", atacou.

O repórter pede explicações sobre o que o papa chama de corte e se ela envolve a Cúria. "Não, na Cúria há algum cortesão. Mas a Cúria em seu conjunto é outra coisa. É o que administra os serviços de que necessita a Santa Sé. Mas tem um defeito: é Vaticano-céntrica. Cuida dos interesses do Vaticano, que são ainda, em grande parte, interesses temporais", disse o papa.

"Essa visão Vaticano-céntrica se esquece do mundo que nos rodeia. Não compartilho essa visão e farei o possível para mudá-la. A Igreja é ou deve voltar a ser uma comunidade do povo de Deus e dos padres, dos párocos, os bispos estão a serviço de Deus".

Francisco deixa claro que está disposto a abrir a Igreja, mas não vai determinar o que é o bem e o mal. "Cada um tem sua ideia do bem e do mal e deve escolher seguir o bem e combater o mal, como cada um o entenda", disse. "Isso seria suficiente para melhorar o mundo", declarou.

O papa chegou a elogiar alguns membros da Teologia da Libertação, tendência atacada pelo Vaticano, e aponta que foi justamente a perseguição contra esses padres que o politizou. "Isso lhes deu um plus político à sua ideologia, mas muitos deles eram crentes com um alto conceito de humanidade", declarou.

Uma vez mais, ele não deixou de atacar o "liberalismo selvagem que converte os fortes em mais fortes e os fracos em mais fracos e os excluídos em mais excluídos". Para ele, o Estado precisa corrigir "as desigualdades mais intoleráveis".

Legado. Nesta terça-feira, 1º, o grupo de oito cardeais convocados pelo papa começou a apresentar os detalhes de todas as ideias que nos últimos meses eles recolheram pelo mundo sobre a reforma da Igreja. O processo será longo. Mas o mero encontro deixou claro que o papa conduz esse processo como sua principal obra e que quer deixar a mudança como seu principal legado. "Esse é início de uma Igreja com uma organização não tão vertical, mas também horizontal", apontou.

Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,a-corte-e-a-lepra-do-papado-afirma-francisco,1080789,0.htm

“E eu creio em Deus, mas não em um Deus Católico, não há Deus Católico, há Deus e creio em Jesus Cristo, sua encarnação. Jesus é o meu mestre e meu pastor, mas Deus, o Pai, Abba, é a luz e o Criador. Esse é o meu Ser. Você acha que estamos muito distantes?” Papa Francisco I

Íntegra da entrevistahttp://fratresinunum.com/2013/10/01/nova-entrevista-do-papa-francisco-a-corte-e-a-lepra-do-papado-leia-a-integra-aqui/
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